ATA DA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 17.03.1989.
Aos dezessete dias do mês de março do ano de mil novecentos e oitenta e nove, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Terceira Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Clóvis Brum, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Heriberto Back, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Cyro Martini e Luiz Machado. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou aberto os trabalhos e solicitou ao Ver. Isaac Ainhorn que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da Segunda Sessão Ordinária, que foi aprovada. A Mesa foram encaminhados: pelo Ver. Edi Morelli, 03 Pedidos de Providências, solicitando vistoria nos coletivos das empresas que sofreram intervenção da Administração Popular; canalização de esgoto cloacal nos fundos do terreno da Rua Francisco de Aquino, 69; restauração e/ou substituição das luminárias queimadas na Rua Tropeiro; pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências, solicitando que seja reposta a tampa da boca-de-lobo quebrada, existente na Rua Fernandes Vieira, esquina Osvaldo Aranha; pelo Ver. Leão de Medeiros, 03 Pedidos de Providências solicitando conserto e limpeza de boca-de-lobo na Rua Cel. Massot, próximo ao prédio de nº 291; restauração do calçamento, em frente ai nº 291; limpeza da boca-de-lobo existente na Rua Miguel Tostes, em frente ao nº 244; pelo Ver. Gert Schinke, 02 Pedidos de Providências, solicitando reparos no sistema de iluminação da Av. Florianópolis, tais como troca de lâmpadas, colocação de luminárias, etc.; reparos urgentes no sistema de iluminação da Rua Conceição, entre as Avenidas Farrapos e Independência, tais como troca de lâmpadas, colocação de luminárias, etc.; pelo Ver. Nelson Castan , 01 Pedidos de Providências, solicitando patrolagem nas ruas Moçambique, L, I e K da Vila Safira Nova; pelo Ver. Vicente de Dutra, 04 Pedidos de Providências, solicitando que seja trocado o bico de luz na Rua Estevão Cruz nº 156, bem como seja feito o concerto de toda parte superior do poste de luz da referida rua, esquina com a Rua Pe. Cacique; colocação de luminárias junto à Praça Largo do Iguaçu, localizada na Rua Iguaçu, próximo ao nº 520; imediata retirada dos casebres que estão sendo construídos diariamente, na Av. Pe. Cacique, próximo ao Estaleiro Só, mantendo uma fiscalização, no sentido de coibir o aumento desse tipo de construção; recuperação da Av. Chuí, no trecho compreendido próximo ao nº 80, onde existe uma parada de ônibus; 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado que sejam verificadas, através da Secretaria da Saúde, as condições de salubridade do Prédio e instalações da Rua Riachuelo, 1494; pelo Ver. Wilson Santos, 01 Pedido de Providências, solicitando que a linha de lotação Sarandi o iternerário entrando pela Av. Sertório e passando pelo Parque Minuano, no sentido bairro-Centro, e Av. Assis Brasil, passando pelo parque Minuano, no sentido Centro-bairro; pelo Ver. Wilton Araújo, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 05/89 (proc. nº 607/89), que institui a fiscalização comunitária no sistema de transporte coletivo de Porto Alegre e dá outras providências. Do EXPEDIENTE constataram: Ofícios nºs 191; 192; 193; 194; 195/89, do Sr. Prefeito Municipal; 203/89, da Assembléia Legislativa do Estado; s/nº, da Igreja Messiânica Mundial do Brasil; Ofício-Circular nº 01/89, da Câmara Municipal de São Leopoldo; 01/89, da Câmara Municipal de Campo Grande; 03/89, da Câmara de Vereadores de Esteio; Cartão da Câmara Municipal de Taquara. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares no período de vinte de março a dois de abril do corrente ano, do Ver. Omar Ferri, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares no período de vinte e cinco de março a oito de abril do corrente ano; do Ver. Décio Schauren, de Moção de Repúdio às atitudes de violência tomadas pelos Governos Federal e Estadual, com relação à luta dos colonos da Fazenda Santa Elmira. Ainda, foi deferido pelo Sr. Presidente Requerimento do Ver. Omar Ferri, solicitando que lhe seja concedido representar a Casa na Conferência Internacional de Solidariedade aos Povos Palestinos, Sírios e Libaneses, a realizar-se em Genebra, nos dias vinte a vinte e quatro do corrente mês. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. João Dib, de Voto de Congratulações com a Televisão Guaíba S.A., pelo transcurso de seu aniversário; do Ver. Isaac Ainhorn, de Voto de Congratulações com a Associação Riograndense dos Bibliotecários, pela passagem do Dia do Bibliotecário; do Ver. Mano José, de Votos de Congratulações com o Dr. Alécio Ughini, pela posse como Presidente do Clube dos Diretores Lojistas de Porto Alegre; Com o Dr. Hamilton Petry de Souza, pela posse como Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Capítulo RS; pelo Ver. Valdir Fraga, de Voto de Congratulações com o Comando da Brigada Militar, pelo lançamento das “Patrulhas Escolares”; do Ver. Vicente Dutra, de Voto de Pesar pelo Falecimento do Sr. José Maria Ponde Chaves. Em PAUTA, Discussão Preliminar, esteve, em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 06/89, discutindo pelos Vereadores Adroaldo Correa e Elói Guimarães. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Adroaldo Correa Comentou notícias veiculadas na imprensa, a respeito do aumento das tarifas do transporte coletivo de Porto Alegre, analisando o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Adroaldo Correa, quanto ao próximo aumento das tarifas do transporte coletivo da Cidade, questionando se o Município teria ganho ou perdido com a intervenção efetivada pelo Executivo naquele serviço e discorrendo sobre as seqüências das medidas adotadas. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Clóvis Brum teceu comentários sobre o pronunciamento, hoje, do Ver. Adroaldo Correa, acerca do aumento concedido pelo Executivo Municipal às tarifas do transporte coletivo de Porto Alegre. Congratulou-se com a Administração Municipal pelo atendimento de solicitação de reposição de lâmpadas em ruas da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Wilson Santos falou acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 06/89. Referente ao Fundo de Aposentadoria dos Vereadores, discorrendo acerca dos motivos éticos e legais pelos quais seu Partido assumiu uma posição contrária a esse Fundo. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS o Ver. Wilton Araújo teceu considerações acerca do aumento das tarifas do transporte coletivo de Porto Alegre, a entrar em vigor a partir do próximo domingo, traçando um paralelo entre o discurso pré-eleitoral da Frente Popular para o setor dos transportes e a realidade hoje observada na Cidade. O Ver. Vieira da Cunha analisou a atuação da Frente Popular na direção do Executivo Municipal, salientando, em especial, o aumento concedido às tarifas do transporte coletivo e da água e o baixo índice anunciado para o reajuste salarial dos municipários. Atentou para declarações feitas, em outubro do ano passado, pelo Sr. Tarso Genro, acerca da questão salarial dos servidores municipais. Comentou a atuação dos movimentos populares com relação aos aumentos observados nas tarifas públicas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Flávio Koutzii falou sobre o significado político da ameaça de paralisação efetuada pela ATP em fevereiro passado, analisando os atritos verificados entre essa Associação e a Administração Municipal. Discorreu sobre as medidas que deverão ser tomadas pela Frente Popular com relação à questão dos transportes coletivos no Município. O Ver. Vicente Dutra, comentando o grande potencial turístico de Porto Alegre, salientou a necessidade de um integral apoio do Executivo Municipal às tradicionais iniciativas populares nessa área, falando, principalmente, da Feira da ARCA e da Festa do Chopp, realizadas na Avenida Cristóvão Colombo. O Ver. Luiz Machado analisou a posição assumida pelo Pref. Olívio Dutra durante a greve geral ocorrida no País, nos dias quatorze e quinze do corrente, salientando dos paradoxos observados na atuação de S. Exa., por um lado sindicalista e membro do PT e, por outro, Prefeito, concedendo altos aumentos tarifários e baixos índices de reajustes salariais. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. João Motta comentou o alto índice de perda real sofrida pelos servidores municipais durante o período em que o PDT se encontrava à frente do Executivo Municipal. Criticou a linha política adotada, na ocasião, por aquele Partido, principalmente quanto às áreas do transporte coletivo e do funcionalismo municipal, atentando para os posicionamentos assumidos atualmente pelo PT, com relação ao Governo da Frente Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Nelson Castan discorreu sobre o Projeto de Lei do Executivo que fixa em vinte por cento o índice de reajuste salarial dos funcionários municipais, questionando os dados que basearam os cálculos de fixação desse índice. Teceu comentários sobre os problemas hoje observados no setor do transporte coletivo do Município. E o Ver. Omar Ferri reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Wilton Santos, acerca do Fundo de Aposentadoria dos Vereadores, comentando mandado de segurança impetrado por Vereadores da Casa, visando suas exclusões desse Fundo. Questionou os motivos pelos quais ainda não foram atendidos os Requerimentos enviados por Vereadores solicitando suas exclusões do mesmo. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Vieira da Cunha e Elói Guimarães, acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 06/89. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às onze goras e quarenta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Clóvis Brum, Lauro Hagemann e Wilton Araújo e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE: Em virtude de não termos recebido ainda a Ordem do Dia, passamos à votação dos seguintes Requerimentos:
A Mesa deferiu solicitação do Ver. Omar Ferri, Líder do PSB, para participar da Conferência Internacional de Solidariedade aos Povos Palestinos, Libaneses e Sírios, a realizar-se em Genebra, Suíça, nos dias 20 a 24 do corrente mês.
Agradecemos a gentileza de V. Exª em representar a Casa neste acontecimento.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que lhe concedida Licença para Tratamento de Interesses Particulares, sem ônus para o Município, durante o período de 20 de março a 02 de abril do corrente ano, quando o mesmo estará representando o Partido Democrático Trabalhista no Seminário sobre “A Experiência Socialista Israelense”, em Tel-Aviv, Estado Israel.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam, sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento do Ver. Omar Ferri, solicitando que lhe seja concedida a Licença para Tratamento de Interesses Particulares no período de 25 de março a 08 de abril do corrente ano, com destino á Itália, nos endereços constantes no referido Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Em. votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APORVADO.
(Obs: Foram aprovados os demais Requerimentos da Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA –
DISCUSSÃO PRELIMINAR
3ª SESSÃO
PROC. N° 0638/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/89, de autoria do Ver. Vieira da Cunha, que altera dispositivo de Lei n° 4012, de 27 de agosto de 1875, e dá outras providências. Com Substitutivo.
O SR. PRESIDENTE: O primeiro orador inscrito para discutir é Ver. Adroaldo Corrêa. V. Exa. tem dez minutos.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Srª Vereadora, o direito constitucional à aposentadoria do trabalhador também envolve a contribuição pecuniária correspondente do tempo de serviço realizado, e a constituição nos seus artigos 7º, 40 e 202, além de prever o direito prevê as normas sobre as quais o conjunto dos trabalhadores que regularmente contribuem para fundos previdenciários se aposentarão ou integralmente recebendo os vencimentos, ou proporcionalmente de acordo com a forma de aposentadoria, o que vai especificado nos demais itens e capítulos.
A posição do Partido dos Trabalhadores é nacionalmente conhecida e, há muito, divulgada e definida por seus parlamentares em todos os foros em que realizamos esses debates e que particularmente os parlamentares do Partido se vêem envolvidos com o desconto compulsório para a formação de fundos de previdência parlamentar, sejam eles a nível municipal, sejam eles a nível estadual ou federal.
A nossa posição, aqui, nesta tribuna é peculiar na medida em que, como Vereador suplente que integra essa Câmara, nós não descontamos. No entanto, é também peculiar que, embora não integrado uma previdência parlamentar e embora tendo certeza de que somos trabalhadores, nós temos uma relação de contagem de tempo de serviço interrompido pela suspensão eventual de contrato e que, obviamente se aqui ficarmos quatro, dois, um ano, seis meses, esse tempo só poderá ser contabilizado se a contribuição à previdência for realizada. E a nossa opção não é a de modificar a nossa posição individual, não é de modificar a legislação deste Fundo que existe, composto de 2/3 da verba da Prefeitura e de 1/3 da dotação do Vereador que recebe verbas públicas. Não é a de modificar para que nos integrem como suplentes, mas de contribuir diretamente à Previdência, conforme a quota que vínhamos desenvolvendo no pagamento, enquanto assalariado da empresa privada. O nosso tempo não contaria se essa iniciativa não fosse tomada individualmente. E a posição do Partido, esta defendida nacionalmente, é de negar a participação neste Fundo, como ele existe, e eventualmente da forma que ele venha a ser transformado, que não seja apenas a de inclusão espontânea e individual daqueles que assim o quiserem. E assim o quiserem. E assim mesmo resta, no nosso entendimento, o caráter de que o trabalhador comum está sujeito às agruras do FGTS, sem qualquer perspectiva de estabilidade em qualquer regime de emprego, a não ser no serviço público a que tenha chegado por concurso. O trabalhador comum não tem a garantia de busca, quando se discute este Fundo aqui nesta Casa, de retorno ao mercado de trabalho. O que garante ao trabalhador retorno ao mercado de trabalho é a sua capacitação, sua formação e a própria qualidade do mercado, se este está a oferecer vagas ou se está em recessão.
Então, quando o argumento aqui utilizado é de que as pessoas que se dedicam por algum tempo, por algum período, ou por longos períodos da sua vida, à função pública no exercício de mandato, de que ao retornar à iniciativa privada estariam sem condições de manter a sobrevivência, a nós, isso parece peculiar ao conjunto da classe trabalhadora, que já está no mercado, forma um exército de milhões de desempregados, mas alguns milhões de subempregados, mais alguns milhões que jamais tiveram acesso ao mercado de trabalho, que tenham necessidade e capacidade não conseguem uma forma remunerada mensal de trabalho e que, portanto, estão, na forma em que acrescem anos a suas vidas, cada vez mais afastados da possibilidade de aposentadoria, até por não contribuírem. Esta é uma questão que nos parece ética e política. Ética, do ponto de vista que se a solidariedade que devemos ao mandato é ao conjunto dos que nos elegeram, ao conjunto dos que procuramos representar, implica numa identidade de classe, esta ética nos leva a refletir que não podemos pensar, para nós, uma posição privilegiada, que os demais não possam usufruir, E a questão política é de que a cada momento a máquina administrativa pretende e deve e o Parlamento compõe solidariamente esta posição – várias vezes frisando nesta tribuna por muitos dos oradores que aqui tem, vindo –, compõe solidariamente os objetivos desta máquina administrativa, que é bem servir a comunidade. As questões pessoais, individuais, não resolvidas por uma norma geral, devem obedecer critério de solução, ao nosso ver, também individuais. E não passaria, no entender deste Vereador que ocupa esta tribuna com o caráter bastante peculiar de não compor o Fundo, mas por pertencer a uma Bancada que tem uma posição contrariamente ao Fundo e, principalmente, por ele refletir na sua composição, ainda que reste apenas a contribuição do Vereador que a ele adira espontaneamente, fundos públicos para sua remuneração posterior.
Do ponto de vista individual, frisamos que não nos sentimos constrangidos em debater esta questão, em função de que não integramos o Fundo de Previdência Parlamentar. Nós temos uma opção. Já contamos o nosso tempo de serviço individualmente pelas formas que fornece a Previdência Social, e por compor a Bancada, temos a posição de que a reforma deve obedecer, primeiro, ao ponto de vista ético e político, que foi colocado e, em segundo lugar, que a Câmara leve em consideração a necessária probidade, a necessária moralidade, que não estamos, com certeza – e todos afirmamos isto - nesta tribuna, nestes mandatos que exercemos, em busca de construir janelas ou portas para atendimento de aspirações individuais, e sim em busca de soluções coletivas, por onde as nossas aspirações individuais possam ser contempladas. Esta é a nossa posição. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu já havia formulado da tribuna, num
pronunciamento, uma Questão de Ordem que eu gostaria que fosse respondida: eu
dizia que, na forma do art. 64, inciso I, compete privativamente ao Prefeito a
iniciativa de leis que versem sobre matéria financeira, e a alteração do Fundo,
ainda seja para mais ou para menos, versa sobre matéria financeira, sem dúvida
nenhuma. E eu até pedia que, se necessário, fosse ouvida a Comissão de Justiça,
para que pudéssemos ter certeza de que esse Projeto tramita dentro dos
princípios da Lei, atendendo o que preceitua a Lei Orgânica.
O SR. PRESIDENTE (Clóvis Brum): Para melhor atender a sua Questão de
Ordem, a Mesa solicitará à Taquígrafa, à Direção Legislativa, que junte ao
Processo a Questão de Ordem em apreço e , por ocasião da tramitação do Processo
na Comissão de Justiça, a mesma, então, examinará cuidadosamente a sua Questão
de Ordem.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Apenas colaborando com a Mesa, informo
que a Questão de Ordem do Ver. João Dib se encontra na Comissão de Justiça, e
já está distribuída aos relatores integrantes da Comissão.
O SR. PRESIDENTE: Melhor satisfazendo a Questão de Ordem
do Ver. João Dib, a Questão de Ordem anterior, informa o Ver. Elói Guimarães,
que já se encontra distribuída ao Relator.
O
próximo orador inscrito é o Ver. Clóvis Brum. Desiste. Ver. João Motta.
Desiste. Ver. Wilton Araújo. Desiste. Ver. Vieira da Cunha. Desiste. Com a
palavra, o Ver Elói Guimarães
O SR ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
entendemos que os parlamentos, nas ruas variáveis nacionais, não se constituem
mais em espaços da aristocracia. Absolutamente não. Hoje, as Casas Legislativas,
os Parlamentos, as Assembléias, o Congresso Nacional e o próprio Senado da
República estão integrados por trabalhadores, nos seus diferentes níveis de
atividades – profissionais liberais, homens de pequena empresa, trabalhadores.
É exemplo desta verdade, exemplo rico, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Por
ela, ao longo da história, passaram inúmeros homens, trabalhadores das
atividades mais humildes, mais modestas, mais singelas e mais simples. Então, é
a propósito que, diante deste quadro e desta formulação, eu passo a examinar
Projeto de Lei de autoria de meu Líder, Ver. Vieira da Cunha, que pretende
alterar, e alterar profundamente, o Fundo de Previdência da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Eu entendo – e a modernidade, o discurso moderno, a concepção, o
juízo moderno, a ideologia mais atualizada na defesa do trabalho, entende que a
seguridade em todas as atividades é um instrumento, uma conquista que tem no
trabalhão, na atividade, o ganho do seu próprio ofício.
A
todas as atividades, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nas suas mais diferentes
formas há de ter uma seguridade, há de ter algo que resguarde a pessoa daquele
que dá o seu trabalho à sua família, aos seus filhos. Porque, repito, as
Câmaras, as Assembléias, não são mais espaço dos abastados e da aristocracia,
não, para ela, Sr. presidente e Srs. Vereadores, acorrem e concorrem homens que
durante um determinado período, um lapso de tempo, ali emprestam toda as suas
energias, todos os seus esforços na busca do desenvolvimento da sua Cidade, do
seu Município, do seu Estado e do seu País.
Então,
penso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a seguridade é algo que tem que
ficar assente como necessidade de todos aqueles que, invariavelmente, nas mais
diferentes formas, dão a energia do seu esforço, do seu trabalho.
Pode-se
modificar a lei? Sim, como toda a lei é modificada, Alterar-se, aperfeiçoar-se.
Agora,
penso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e falamos aqui, e diria que esta nova
Legislatura, e a Legislatura anterior não criou, não foram eles, os atuais
Vereadores, todos aqueles, que criaram o fundo. Nós, ao chegarmos na Câmara,
encontramos o Fundo em atividade, e a ele, em face da Lei que determina que o
Vereador deve descontar o percentual, a ele nós aderimos, é um contrato de
adesão, chegando à Câmara passamos a descontar. Portanto, agora, o Projeto, o
Ver. Vieira da Cunha pretende alterar, e coloco, altera radicalmente e, neste
sentido, apomos a nossa discordância, publicamente.
Há
modificações a fazer no Fundo. Impõem-se algumas modificações. Façamos as
modificações. Agora me aprece, e o tempo haverá de falar mais alto, que o Fundo
deve permanecer. Ah, mas há uma contribuição do Município. Sim, há uma
contribuição do Município e daí? Afinal em todo o processo de seguridade há
contribuições do órgão empregador e do trabalhador, porque, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, pessoas vêm para a Câmara e aqui ficam, uma Legislatura, duas
Legislaturas e eu pergunto é contrário à lei, é apolítico, contrário ao bom
senso, o Deputado, o Vereador se reeleger? Pelo contrário, se se reelege,
alguma coisa fez pela sua comunidade. E o povo, felizmente está muito
esclarecido, está, a cada dia que passa, mais conscientizado.
Então,
o Vereador, o Deputado se vê na situação tal que se envolve naquela atividade e
abandona as suas atividades. Prova, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que há um
avanço neste sentido de uma série de áreas. Por exemplo, o funcionário público,
Vereador, vem para a Câmara e continua contando o seu tempo para fins de
aposentadoria. Há imoralidade nisto? Dependendo da visão pode até ser imoral.
Mas acho não, porque a seguridade deve ser uma idéia, deve ser um princípio que
deve iluminar a todos nós. E, aliás, é muito bom que o Vereador, seja quem for,
que tenha poder, tenha alguma segurança. Não que não seja dever de todos nós
procedermos com correção. Sim, todos nós temos que proceder com absoluta
correção no trato e no zelo das questões do interesse público e do interesse da
população. É um dever que nós temos. Nós não fizemos uma obrigação em sermos
honestos e honrados. É nosso dever sermos honrados, honestos e exercemos a
nossa atividade, sempre buscando o interesse o público.
Por
isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até sob um certo ângulo, também, a
seguridade conta a favor disso, não que no exercício pleno, no exercício
regular das nossas atividades nós estejamos fazendo favor, não, estamos
cumprindo obrigações.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A título de esclarecimento, o funcionário público passa a contar
tempo de serviço, efetivamente, uma vez se elegendo Vereador, ou qualquer cargo
eletivo, desde que contribua com o IPE? Ao menos foi essa informação que eu
obtive e estou contribuindo.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Não, absolutamente não. Informo a V. Exª
com conhecimento de causa que o funcionário público nas suas mais variadas
atividades quer federal, estadual ou municipal ao ingressar na Câmara Federal,
Assembléia, tem o seu tempo contado para fins de aposentadoria, não há
necessidade de recolhimento. Aliás, aqui colocou muito bem o Ver. Adroaldo
Corrêa, nós tínhamos que aperfeiçoar a legislação para que a nível de
previdência social também se tivesse o tempo contado, embora, entendo - e aí é
uma questão de interpretação - que o tempo dado a atividade público deve
contar. É uma interpretação, é discutível, Ver. Lauro Hagemann, que o tempo
deve contar para atividade privada, particular.
Então,
fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores as nossas observações para assentar
este entendimento de que efetivamente a seguridade, com os aperfeiçoamentos que
se possa fazer na Lei, se continue mantendo aqui na Câmara Municipal, e não
precisaria trazer exemplos históricos de situações as mais dramáticas que nós
enfrentamos aqui, com companheiros nossos irmãos, Vereadores, e volto a frisar,
deixaram de ser, os Parlamentos, o espaço para a aristocracia e os abastados.
Era
isto, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passa-se ao período de
EXPLICAÇÃO PESSOAL
Com
a palavra, o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa
posição, sempre na intervenção que fazemos, tem de pessoal e tem de político
que envolve o nosso Partido, e a Administração que realizamos na Cidade, e com
certeza nós vimos aqui para comentar o que hoje se vê nos jornais em manchetes
de capa, que é a responsabilidade da Administração Municipal sobre o reajuste
das tarifas de transporte coletivo na nossa Cidade. Nós lembramos que a
situação de alteração da tarifa vige desde o dia 29, se não me engano, 30 de
dezembro, e no período que de lá até aqui decorreu, nós tivemos uma tarifa de
12 centavos. A nossa preocupação em contratar, em salientar este aspecto é em
função de que se decorreram, portanto, se hoje é o dia 17 mais os 31 dias de
janeiro e os 27 de fevereiro, decorreu, portanto, um período largo sem reajuste
de tarifa nesta Cidade. Comentávamos, bem no início dessa Sessão Legislativa,
da Legislatura atual, que sim as tarifas não seriam reajustadas no mês de
janeiro como era proposto pelo Prefeito, seriam avaliadas a partir de
fevereiro. E, obviamente, o que levou a uma definição do valor no patamar a que
está fixado para entrar em vigor no dia 19, no nosso entendimento, e já
dissemos isto aqui também, só estamos reprisando, foi o combate que a população
com a Administração Popular encaminhou contra a voracidade dos empresários do
transporte coletivo que foram, inclusive, aos limites do admissível,
paralisando o transporte, a partir do dia 14, com a operação de lockout e cumprindo, antecipadamente, a
ameaça de suspender os serviços no dia 16, conforme anunciado via juízo pelos
jornais. Ainda não temos, com certeza, a realidade tarifária verificada. Com
certeza isso se dá porque a normalidade dos transportes coletivos em Porto
Alegre ainda não se verifica, e só com o transporte operando normalmente, com a
sua capacidade e os seus desgastes verificados por um período, é que se pode
verificar de fato como se constrói a tarifa justa, com o melhor serviço
possível, dentro da realidade objetiva que temos da frota, do número de
passageiros e do consumo, da qualidade das vias, e de uma série de outros itens
que se relacionam com o transporte coletivo. E essa normalidade não existe não
porque não queira a Administração, não porque não seja uma exigência do povo de
Porto Alegre, mas não existe porque, desde a intervenção, nós tivemos uma
situação bastante irregular de operadores promovendo não só o lockout, mas o boicote nas empresas
sob intervenção, através da influência
ideológica que detêm sobre vários dos funcionários que exercem, ou por opção,
ou por pressão. Essa normalidade foi objetivamente suspensa, boicotada, através
de atos que significaram crimes contra o patrimônio que, no nosso entendimento,
é mais público do que privado, porque construído com a operação de transporte
em Porto Alegre, com tarifas relacionadas objetivamente com a inflação e acima
dela. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Para uma Comunicação de Liderança, a
palavra com o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é claro
que me permiti solicitar tempo de Liderança dado, até, pelo bom relacionamento
que mantenho com o Líder do PMDB, Ver. Clóvis Brum, tenho certeza, iria - como
vai - abordar um assunto muito importante aqui desta tribuna. Mas, como ouvia o
Ver. Adroaldo Corrêa fazendo menção ao aumento do transporte coletivo que vai
agora para 17 centavos ou 170 cruzados, não renovando a moeda, falando ainda em
termos antigos, fazendo um balanço do que foi o transporte coletivo desde
dezembro até agora, quando vamos ter esse aumento para 17 centavos, dizemos o
seguinte, Ver. Adroaldo: será que a Cidade ganhou ou será que a Cidade perdeu?
É preciso lembrar que durante boa parte desse período em que houve a
intervenção no transporte coletivo, esse transporte esteve parado ou, quando
não, estava funcionando de maneira precária atendendo muito mal, fazendo com
que a Cidade ficasse parcialmente paralisada por falta deste meio de
transporte. Outros fatores: problemas das contas que as empresas têm com os
seus fornecedores, são contas que não estão sendo pagas, e que quando o forem,
entrarão novamente na composição da tarifa e sobrecarregarão, outra vez, a
tarifa.
Outro
problema: o desgaste que estão tendo agora os veículos que atuam no transporte
coletivo. O pessoal que atua na área do leasing,
dentro do transporte coletivo. Então, tudo isso, nobre Ver. Adroaldo, está
sendo desconsiderado para que a tarifa possa ser 17 centavos e vai estourar a
qualquer hora. Hoje, V. Exª já abre os jornais e vê que não são os jornalistas
que estão falando, são os motoristas que falam na greve. Imagine, V. Exª, que
com a tarifa em 17 centavos, e isso foi dito naquele dia, na reunião que foi
feita aqui com o Secretário dos Transportes, que este valor não seria
suficiente para dar o aumento pedido pelos motoristas, quer dizer, uma nova
greve, além de paralisar o transporte coletivo e prejudicar novamente a Cidade,
deverá acarretar para a normalização do transporte um novo aumento. Esse
aumento de NCz$ 0,17 é realmente um aumento pequeno, como disse V. Exª, dado
que tivemos um espaço de mais de dois meses sem aumento. Agora, se fizermos a
avaliação do que sofreu a frota com o desgaste, do problema das contas que
ainda não foram pagas, do problema do leasing,
com essa paralisação, se fizermos esse confronto entre o positivo e o negativo,
nós, realmente, não saberemos responder se a Cidade perdeu ou se ganhou. Acho
que houve um fato positivo em tudo isso, pois era necessário que esse levantamento
de dados fosse feito para que pudéssemos confiar - não apenas nós, mas toda a
Cidade.
Este
foi um fato positivo nas intervenções, agora existe o lado negativo que se
refere à frota, que sofreu um desgaste muito grande e, talvez, até pela falta
de se colocar na própria tarifa condições suficientes para se fazer uma
renovação na frota. Nós tínhamos, aqui em Porto Alegre, uma das frotas mais
novas de todo o Brasil. Basta visitarmos as cidades brasileiras e vamos ver que
a maioria possui uma frota excessivamente velha, e nós contamos com uma frota
relativamente nova. A vida útil da nossa frota está ao redor dos sete anos,
temos uma vida útil de dez anos e uma sobrevida de mais três anos. Aliás, por
falar nisso, eu já tinha denunciado aqui que os exames dos chassis depois de
dez anos na Cientec é feito apenas visualmente. O técnico apenas olha o chassi
e diz se pode continuar ou não, e os técnicos da Cientec já disseram: “Esse
exame não quer dizer nada porque ele não dá segurança nenhuma no exame do chassi”.
E, estou sabendo que esse exame dos chassis continua sendo feito desta forma e
esses carros com mais de dez anos continuam rodando desta mesma forma,
colocando em perigo toda uma população. Acredito que a esta altura dos
acontecimentos, já que o PT está querendo revolucionar na área do transporte
coletivo, é muito bom que se faça uma análise desses carros que rodam com mais
de dez anos apenas com o exame visual lá da Cientec.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa retoma o período de Explicação
Pessoal. Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum por cinco minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, inicialmente quero
agradecer à Liderança do PL, que se inscreveu permitindo que o período de
Explicação Pessoal continuasse pelo menos na inscrição deste Vereador. E, com
isso sei que com esse agradecimento não vou ferir o meu amigo Luiz Braz, que é
uma pessoa que estimo muito.
Mas,
Sr. Presidente, depois o Ver. José Valdir começa a imitar a gente. Mas nada
melhor do que um dia depois do outro. Cheguei à minha casa ontem e me foi
entregue esse documento do Prefeito Olívio Dutra, fiquei feliz, fiquei
contente, pensei incontinente nas frases que deveria dizer esta manhã em
relação a este documento. Dali a pouco mais, começo a ouvir as notícias e
vê-las e já estragou a minha noite. Quer dizer, não pude fazer o discurso que
queria fazer nesta manhã porque senão prejudicaria o comentário brevíssimo que
faço sobre o aumento da tarifa e como foi, e como se constitui num momento de
profundo martírio, de fundamental sacrifício, de inquestionável dificuldade, a
ocasião em que o Ver. Adroaldo, Vice-Líder do PT, tentou justificar o aumento
da tarifa. Talvez até agora, o Vice-Líder, aliás, o Ver. Adroaldo Corrêa, que
representou o pensamento, por assim dizer, do PT, ao Ver. Adroaldo, lhe impôs o
destino, nesta manhã, os momentos mais dolorosos, talvez, da sua vida pública
nesta Casa: justificar o aumento do transporte coletivo decretado pelo Prefeito
Olívio Dutra. Mas não vai ser o primeiro Vereador. Não será o primeiro e nem o
último, porque outros aumentos vão se suceder, tão logo comece a se avaliar as
posições políticas, momentos de campanha e aí o Prefeito Olívio Dutra vai
começar a baixar a caneta e será aumento atrás de aumento.
De
maneira que fiquei profundamente condoído ao vê-lo nesta tribuna, Vereador,
tentando justificar o injustificável.
Mas
nem tudo está perdido nesta Cidade! Porque o que eu nunca recebi do Ver. Wilton
Araújo, como Secretário de Obras Municipal, eu recebo do Prefeito Olívio Dutra,
através do seu atual Secretário de Obras, que eu não lembro o seu nome e aqui
não cita o seu nome, só vejo aqui o seguinte. Algumas pessoas foram na minha
residência pedir uma reposição de lâmpadas para a Rua Manoel Xavier; Rua Urânia
e Rua da Fonte e deram-se os números; fez-se um telefonema para o Setor de
Iluminação Pública, como qualquer outra pessoa poderia tê-lo feito e não fui
quem fez o telefonema. Incontinente, o Prefeito me manda o seguinte: (Lê.)
“Clóvis Brum, Rua São Lucas, 141. Em atendimento a sua solicitação referente à
Rua Manoel, 66 e outras, temos a informar o que consta ao lado: solicita a
substituição de lâmpadas nos seguintes endereços. A Secretaria Municipal de
Obras e Viação nos informou que a solicitação de V. Sª foi atendida.”
E
foi mesmo, eu conferi até. (Lê.) “Caso o atendimento não esteja a contento,
favor contatar conosco pelo fone: 156, para que possamos tomar novas
providências.” Isto é uma atenção que o Poder Público está dando, não a mim,
mas aos moradores destas ruas. E gestos como estes aqui devem levar o registro
nos Anais e o nosso aplauso, afinal não é só de críticas que se faz, Sr.
Presidente, uma Administração. E acho que as coisas boas, sempre que eu tomar
conhecimento, da atual Administração, irei abordá-las, irei reconhecê-las. E os
equívocos, a gente evidentemente haverá de registrar.
Quero
registrar este gesto, esperando que a Administração Municipal continue
tratando, indiscriminadamente, toda a população, indistintamente, como o fez
neste caso destas poucas substituições, de três ou quatro lâmpadas. Mas não é o
valor das lâmpadas, é a preocupação que a atual Administração tem, e que
lamentavelmente a do passado não teve. Agora, tarifa, depois nós conversamos
com o Ver. Adroaldo Corrêa. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com palavra, o Ver. Wilson Santos, Líder
do PL.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, foi
discutido em 3ª Sessão, correu Pauta, portanto, o Projeto de autoria do Ver.
Vieira da Cunha, com Substitutivo do Ver. Dilamar Machado, no que tange ao
Fundo de Aposentadoria dos Vereadores.
Faz-se
necessário que o Partido Liberal, através destes cinco minutos de Comunicação
de Líder, grife que a decisão contrária ao Fundo de Previdência não é somente
uma convicção individual deste Vereador, é uma decisão partidária.
Também,
quero chamar a atenção de que se mantenham, e não é nenhuma suspeição, é uma
atenção que eu chamo, que se mantenham a decência e a honestidade de propósitos
de defender aqueles que querem defender, até o direito de aposentadoria de quem
passou algum tempo, que contribui, mas que o caminho não é nenhum de
faturamento meramente político. A posição do Partido Liberal é a seguinte: se
nesta Casa não se conseguir uma solução constitucional, que realmente tenha moldura
legal e permanecer o status quo, o
Partido Liberal argüirá, na Justiça, a inconstitucionalidade do Fundo. Nós
estamos deixando que a Casa busque solução, até porque o PL não é contra a
aposentadoria de Vereadores, nós vamos apontar caminhos para quem quer
solucionar.
O
Vereador pode, tranqüilamente, se aposentar como um profissional liberal, como
um profissional autônomo que paga o INPS, que paga o Instituto da Previdência
do Estado. Tem dois órgãos oficiais legitimamente constituídos. Porque o Fundo,
até prova em contrário, ele foi uma legislação em causa própria, crivado de
privilégios e regalias, e aí é que está a posição do PL contrária. Porque nós
entendemos, até no campo ético, que a função parlamentar é uma função delegada
de representatividade, e não me parece que se venha para cá legislar com a
delegação e autorização de legislar a sua aposentadoria. Inclusive essa
proporcionalidade que existe de oito anos, ela é uma afronta a tudo que exista
no País, porque em lugar nenhum alguém se aposenta, a não ser em caso de doença
ou invalidez, com proporcionalidade de oito anos.
Então,
são essas coisas que um partido novo, como o PL, que respeita as outras
instituições, mas que critica algumas práticas feitas por outras instituições,
não quer cometer os mesmos equívocos.
A
minha voz não é uma voz individual, é a voz desfraldada da proposta liberal,
uma proposta que inclusive condena toda sorte de privilégios e desigualdades.
Tanto que nós não polemizamos, pedimos para sair do Fundo, porque entendíamos
que ele é, e temos convicção que é, inconstitucional, basta apanhar o art. 40 e
o 202 da Constituição para verificar isto. Ele é ilegal e funciona de forma
irregular, porque a própria Lei Federal diz que um Fundo de Previdência - mesmo
que fosse só com o dinheiro dos Vereadores - tem que ter prévia autorização do
Governo Federal para funcionamento. E esta prévia autorização do Governo
Federal não existe. E terceiro é o aspecto ético que falei. Não pretendemos
prejudicar. Tenho até vivido momentos de constrangimento, porque fui o primeiro
a ingressar na Justiça com mandado de segurança, com liminar concedida, e
suspenso, pela Casa e pela Presidência do Fundo, desconto deste Vereador como
participante do Fundo. Sou até agora, publicamente, o único que fez isto, mas
não sou contra e tenho recebido acusações, pressões de lobbies que têm me deixado constrangido.
Então,
faço, mais uma vez este registro: não somos contra ninguém. Que esta Casa
busque soluções justas para contornar o problema, mas não vou mais aceitar. E
fica aqui inclusive um alerta: próximo constrangimento eu virei a esta tribuna
e darei os nomes, porque não vou, por um excesso de ética, ficar vivendo
constrangimentos, acusado de estar me jogando contra um Fundo, como se eu
estivesse cometendo uma injustiça. Ao contrário, que está muito longe de
qualquer justiça, porque trilhamos a senda da ética e da boa moral. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa retoma o período de Explicação
Pessoal. O próximo inscrito é o Ver. Wilton Araújo. Cinco minutos com V. Exª.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
poderia deixar passar o assunto referente ao aumento da tarifa dos transportes
coletivos, no domingo, dia 19, patrocinado, através de um acordo feito entre a
Frente Popular e o PC, PSB, PC do B. Patrocinaram este acordo, estes Partidos,
e vimos a dolorosa realidade ser vivida pelo povo de Porto Alegre, desde o
início, do momento em que a Frente Popular assumia. E nós vínhamos acompanhando
as alterações do discurso que o Prefeito Olívio Dutra, antes candidato, depois
Prefeito eleito, logo depois Prefeito empossado de Porto Alegre, que no início
era a encampação progressiva e depois foi se alterando, até chegar a um acordo,
o aumento dos ônibus. E, como se isso não bastasse, o acordo que levou a este
aumento do transporte coletivo, que hoje é bastante pesado no bolso do
trabalhador, que aumenta em 40% a receita das empresas e aumenta, seguramente,
a um patamar quase que insuportável pelos usuários, este acordo se deu de
maneira dolorosa, dramática, difícil, porque ultrapassou - e aí eu discordo da
Frente Popular - os limites que eram aceitáveis pela população. Fez a Frente
Popular uma intervenção para, segundo os seus defensores, e o Ver. Adroaldo
Corrêa o fez com brilhantismo da tribuna, que o transporte não paralisasse. Mas
o que se verificou, infelizmente, a partir do momento em que a intervenção foi
realizada, foi que o transporte parou, e que trouxe um péssimo serviço para
Porto Alegre. Antes da intervenção, sem saber que ela aconteceria, nós vimos à
tribuna e colocamos o nosso mandato e a nossa voz, em apoio às medidas capazes
de reduzir a ganância dos senhores empresários. Embora a atitude do primeiro
momento da intervenção pudesse ser defendida, logo, no segundo momento, ela não
teve mais defensores. E assinalo também aqui a dificuldade do Ver. Adroaldo
Corrêa, porque nós vimos a Prefeitura desordenada, desmanchada, deixada em
péssima qualidade. Então, não foram os empresários, foi a Prefeitura, sim, porque
ela assumiu o controle da frota.
E
eu acho que esse acordo, que leva à impossibilidade quase que total dos
trabalhadores de pagar a tarifa, e se fiz bem os cálculos chega a 15% do
salário, se utilizadas só 50 passagens por mês, chega muito perto de inviabilizar
o trabalhador de chegar ao seu local de trabalho. Aquele Partido que, há muito
tempo, infelizmente, não teve a visão das mais corretas, das mais sérias, em
assessorar o Prefeito. Eu acredito que a intervenção teve e trouxe mais
dificuldades do que soluções, pois apesar de ter o porto-alegrense levado,
muitas vezes, uma hora, cinqüenta, quarenta minutos, como acontece ainda hoje,
a esperar em paradas de ônibus, vai ter, a partir da primeira passagem de
segunda-feira, uma impossibilidade de despender 15% do seu salário para andar
de ônibus. Infelicidade no encaminhamento, embora, no início, a proposta
pudesse estar certa. Mas houve, no meu entendimento, a dificuldade
administrativa e, talvez, incompetência, para implantar algo que funcionasse em
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Vieira da Cunha.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já no
terceiro mês do Governo da Frente Popular, uma análise pode ser feita,
concreta, baseada nos índices de que se utiliza o Prefeito Olívio Dutra, para
as mais diversas situações. Temos três exemplos concretos: 1º) tarifa da água,
56% de reajuste; 2º) transporte coletivo, a partir de segunda-feira, cerca de
42% de reajuste; 3º) funcionalismo, entrou ontem, nesta Casa, um Projeto de Lei
do Sr. Prefeito concedendo 20% de reajuste. Estes percentuais, no meu ponto de
vista, já dão bem idéia do que será o autodenominado “governo popular”, em
Porto Alegre. Aliás, eu recorri aos jornais para saber qual a posição do PT
naquela greve que durou 21 dias, às vésperas da eleição de 1988 e encontrei,
numa “Zero Hora”, de 7 de outubro de 1988, a posição do PT, expressa pelo
Vice-Presidente Regional de então e Vice-Prefeito atual de Porto Alegre. Disse,
naquela ocasião, o Dr. Tarso Genro, o seguinte: “O Vice-Presidente Regional do
PT, Tarso Genro, não aceita as acusações de Collares. Ele disse ontem que a
questão salarial é uma coisa que transcende às posições partidárias e não
admite que o PT seja acusado sempre que problemas enfrenta, o Município. O
Prefeito” - e eu sublinho esta frase – “precisa pagar bem seus funcionários e
encontrar uma outra desculpa para enfrentar os problemas que encontra em sua
casa.” E finaliza com a seguinte frase: “De nossa parte, estaremos sempre do
lado dos trabalhadores e da classe oprimida”. Então, aquele velho ditado, de um
dia depois de outro, se aplica com uma conveniência tremenda neste momento.
Nós, do PDT, vamos repetir a frase do Vice-Presidente Regional de então do PT e
Vice-Prefeito atual: “O Prefeito precisa pagar bem os seus funcionários.”
Agora,
quanto às tarifas, nós não poderíamos deixar, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
de pedir coerência. Não ao Governo do PT, que já se demonstrou ser incoerente,
mas ao movimento popular organizado. O DAER aumentou menos as passagens
intermunicipais e a FRACAB entrou em juízo e suspendeu aquele aumento. E agora
eu não ouço, não escuto dizer que a FRACAB esteja ajuizando a ação contra este
aumento da tarifa em Porto Alegre.
Então
fica aqui o nosso chamamento à UAMPA e à FRACAB para que não tenham dois pesos
e duas medidas, porque senão nós estaremos obrigados a reconhecer que há um
atrelamento do movimento popular, do movimento comunitário ao Governo
Municipal, e nós nos recusamos a acreditar que isto esteja acontecendo. Apesar
de já estarmos desconfiados que em relação ao Sindicato dos Municipários isto
esteja ocorrendo, porque aceitar discutir uma proposta de 20%, isto é o tipo da
proposta que sequer deve ser discutida pelos municipários. Uma proposta de 20%
não pode sequer ser discutida pelos municipários. Agora, em relação à UAMPA e à
FRACAB, que são combativas entidades, nós temos certeza que entrarão em juízo
contra não só o aumento do transporte coletivo, como também o aumento da tarifa
de água, porque se vale para o Governo do PMDB, se vale para o DAER, tem que
valer também para a SMT e para o Governo do PT, em Porto Alegre.
É
este o apelo que faço às entidades representativas do movimento popular
organizado em Porto Alegre. Não tenha dois pesos e duas medidas, porque tanto
uma ação, a do DAER, quanto esta, a do Sr. Olívio Dutra, são contra os
interesses da população de Porto Alegre. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): Liderança com o PT. Ver. Flávio Koutzii,
V. Exª tem cinco minutos.
O SR. FLÁVIO KOUTZII: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que
me parece importante sublinhar em relação à questão dos ônibus é a forma
fantasticamente simplificada com a qual este tema é abordado por muitos colegas
Vereadores aqui. Será que alguém não se deu conta - no plano político - para
qual todos estão preparados para interpretar, que o ultimato da ATP não era só
uma questão de ônibus? Não era só uma questão de transporte? Mas foi o
movimento político de um setor do empresariado - no meu entender um dos menos
qualificados desta Cidade - para desestabilizar, na largada, o Governo da
Frente Popular? Alguém acha que existe uma real discussão sobre o transporte
nesta extraordinária inocência que baixou aqui neste Plenário desde que este
tema começou? Está claro que o desafio e o ultimato foi para tentar quebrar a
Administração, na largada, e têm Partidos que estão muito interessados nisto:
uns pela direita, outros pelo meio, outros moderadamente pela esquerda. Nesse
sentido, é preciso se colocar e se posicionar. Nós não estamos só falando no
funcionamento dos ônibus, melhor ou pior, estamos diante de um fato que,
queiram ou não, desafiou a todos, não só o Governo. De que lado vamos ficar: se
da tentativa que não terminou e se atualiza todo o dia em atos de sabotagem, de
mostrar a inviabilidade de retirar de um setor empresarial arbitrário o
controle dos transportes ou ficar com eles. Este é o dilema de fundo, esta é a
questão de fundo do ponto de vista político. E, nós sim, e não penosamente -
porque a consciência do Ver. Adroaldo como a minha estão acostumadas a elaborar
politicamente as circunstâncias e os desafios -, nós entendemos que fomos
convidados para o tudo ou nada, nós entendemos que era para o vai ou racha, e
nós avaliamos refletindo sobre as condições preliminares - a volta das férias e
as aulas que iriam recomeçar - que caberia manter a nossa ofensiva política,
mas descaracterizar o tudo ou nada. E qual é a posição que temos hoje? Ou os
senhores acham que a entrada da polícia em próprios da Prefeitura contra a qual
ninguém se levantou aqui. Aliás, se fez um uso vulgar e rebaixado da questão
das fichas da qual a ATP não se atreveu aconselhada por este extraordinário
advogado, que costuma defender os mais notórios criminosos deste Estado, Lia
Pires, tem escolhido para o delito que a ATP ia tentar, ela não ajuíza ninguém,
é um negócio formidável do ponto de vista jurídico. Ela coloca um processo, que
não há nem como encaminhar resposta - ninguém se levantou em defesa da
autonomia e da responsabilidade da Administração. Que evidentemente eu havia
explicado dessa tribuna, havia com as fichas que tinha direito compensando a
não distribuição que a ATP fez. Todo mundo sabe disso. Todo mundo lê jornal. Ou
só não leu esta notícia? Então, está claro que esse segundo movimento tem um
nítido sentido político, que é tentar desqualificar em um outro nível aquilo
que ninguém ainda se atreveu a fazer, que é a respeitabilidade ética e moral
dessa Administração, da qual se pode discordar politicamente, mas tentou muito
bem elaboradamente desqualificá-la apresentando como alguém que estava fazendo
uma operação ilícita. É muito claro esse sentido político. Então a nossa
resposta, e o tempo não permite avançar em outros aspectos que desejava, é
muito clara, nós estamos propondo e estudando um sistema de caixa única, nós
temos hoje 50% do controle da frota, nós vamos encaminhar os processos de
licitação, nós vamos retirar o vale-transporte do controle da ATP, e isto aí
são medidas que não podem resolver as coisas num dia, mas que explicam que a
decisão de encarar os desafios de transporte nesta Cidade está tomada. As
medidas e a manutenção da intervenção nas empresas principais são a base
material aos estudos futuros necessários, e nós entendemos que evidentemente
esta é a questão de fundo. Passaremos, sim, por um período difícil, não pela
questão do aumento, mas por uma desqualificação num certo grau da qualidade dos
serviços, porque é uma batalha surda.
Eu
vou terminar, Sr. Presidente, é claro que continuam havendo atos de sabotagem,
é claro que continua havendo um dificultamento no transporte, mas exatamente a
nossa persistência é que nos dá garantia que essa batalha, que interessa à
população de Porto Alegre, vai ser vencida. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDS, a palavra com o Ver.
Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assumo,
nestes cinco minutos de Liderança, para chamar a atenção, principalmente aos
nossos companheiros, colegas da Frente Popular, a um problema que vem se
arrastando ao longo dos anos, em Porto Alegre, não é fruto desta Administração,
mas ele persiste, que é o apoiamento às iniciativas turísticas, do potencial
turístico que Porto Alegre representa.
Ontem
permaneceu nesta Casa, de gabinete em gabinete, um grupo da direção da
Associação dos Amigos da Cristóvão Colombo, promovendo a 6ª Festa do Chope e,
conversando com essas pessoas, sentimos a preocupação desse grupo no apoio que
deve ser dado pela Câmara e pelo Executivo àquela iniciativa. Ora, a Associação
dos Amigos da Cristóvão Colombo está completando, nesta festa do chope, 18 anos
de atividade e realizando a 6ª Festa do Chope. Então, eu perguntei: qual é a
ajuda que está sendo dada? “Olha, nós temos uma promessa de ajuda da Epatur”.
Há uma preocupação, porque parece que a Epatur, desta vez, está cobrando todo o
equipamento que é dado em apoio à festa. Então, eu pedi, a título de provocar o
assunto, um Voto de Congratulações com a Epatur e com a Associação. Mas faço
aqui da tribuna este apelo e o faço em tempo de Liderança porque tenho o apoio
da minha Bancada e porque entendo que este assunto é um assunto da maior
importância, faço um apelo no sentido de que o Executivo dê todo e integral
apoio a essa iniciativa. Porque se nós olharmos o calendário de eventos, de
animação em Porto Alegre, vamos encontrar dois grandes eventos populares aqui,
em Porto Alegre, que toma conta da Cidade como um todo; um deles é esse da
Cristóvão Colombo, a Festa do Chope, é uma festa eminentemente popular Ali
participam todas as classes porque é uma Festa alegre. E, envolve realmente,
setores da Cidade. Ela, realmente deve ser apoiada nesta iniciativa.
Outro
evento é a Arca, e esses dias ainda conversava com alguns conselheiros da
entidade que promove a Arca, a Associação das Entidades Assistências do Estado
e, também, mostrava alguma preocupação, e há uma promessa do Prefeito Olívio
Dutra de também dar apoio.
Então,
são dois elementos. E veja bem Ver. Flávio Koutzii, Porto Alegre tem um
potencial enorme. Eu tive essa experiência, como Diretor do DMLU; veja bem,
modestamente, realizei aqui um evento que foi denominado: Educação Voltada para
a Limpeza Urbana. E mandei, só por mandar, convites para todas as capitais de
Estados e de territórios, e vieram quase todos, Ver. Vieira da Cunha, V. Exª
deve ter tido conhecimento disso. Veio gente de Rio Branco, no Acre, de Macapá,
de Recife. Por quê? Porque todo o evento realizado aqui, em Porto Alegre, é
sucesso pleno. O resto do Brasil gosta do Sul. Ao receber convite para vir a
Porto Alegre ele logo fica pensando nas coisas boas que nós apresentamos, na
comida tradicional que nós temos, já pensa em Gramado, já pensa em fazer um
trampolim aos países do Prata, pensa em nosso jeito de ser, na nossa cultura,
na nossa imigração italiana, alemã e isso faz com que qualquer evento realizado
em Porto Alegre tenha pleno sucesso. Mas, lamentavelmente Porto Alegre tem uma
praga de madrinha, porque nós não temos ainda um grande centro de convenções.
Eu já participei de convenções em Belo Horizonte, em Recife, em São Paulo e no
Rio de Janeiro, que têm vários centros de convenções, Curitiba, e até
Florianópolis, sem falar no centro de convenções de Camboriú. E Porto Alegre, com
todo esse potencial, não tem ainda um centro de convenções, a não ser esse, do
Plaza, que é modesto para o grande potencial que representa Porto Alegre.
Por
isso, então, eu faço um apelo, Ver. Flávio Koutzii, para que V. Exª transmita
ao Prefeito o nosso desejo de que esse evento da Associação dos Amigos da
Cristóvão Colombo tenha todo o apoio, mas sem cobrar nada, porque ali é tudo a
preço de custo para que essa festa atinja o seu objetivo. Esses dias eu ainda
lia em jornais do Rio e São Paulo sobre uma palestra do Embaixador da Alemanha,
falando sobre os eventos realizados na Alemanha. Ele disse que o sucesso da
economia alemã se deve às feiras que ela promove, há mais de mil anos. É até
curioso um Embaixador falando sobre isso. Falava sobre a Feira de Hanover e de
Frankfurt, que fazem vinte Ibirapueras. Ora, a Feira de Ibirapuera já é uma
grande feira, agora imaginem que a Feira de Frankfurt faz vinte vezes o tamanho
da Feira de Ibirapuera. Isso movimenta toda a economia, aquece, traz gente de
todo mundo. Claro, Porto Alegre não pode se comparar a Frankfurt, mas podemos
iniciar aqui animando e participando dessas animações.
Ainda
falando sobre a Alemanha, lembro a Oktoberfest, que hoje é copiada em todo
mundo. É realizada em Munique e tem mais de 150 anos. É um sucesso e todo mundo
converge para lá, para a grande festa da cerveja de Munique, não é coisa deste
século, e hoje acontece em todo o mundo.
Então,
vamos dar apoio. Vamos dar recursos à Epatur porque ela realmente está sem
recursos. Conheço aquele órgão e penso que mereça a atenção especial tanto do
Executivo quanto desta Casa, para que possamos ter um órgão realmente
aparelhado para dar apoio a todas as iniciativas turísticas e eventos
animadores, em Porto Alegre. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PMDB. A palavra com o
Ver. Luiz Machado.
O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, costumo
sempre falar, quando assomo à tribuna, de improviso. Desta vez, redigi meu
discurso para que não perdesse nada daquilo que lembrei referente aos últimos
acontecimentos da greve. (Lê.)
“O
Governo da Frente Popular, por suas últimas atitudes, guarda uma semelhança
muito grande com o drama do Dr. Jekil, o médico que após ingerir uma composição
química se transformava em mostro. O Prefeito Olívio Dutra é o próprio Dr.
Jekil, humano e monstro. E o que é pior, não sabe ainda, com certeza, qual das
duas identidades prefere. Se piqueteiro ou Prefeito, se sindicalista ou patrão.
Liderou
piquete em frente ao Banrisul, Ag. Matriz, para impedir que os funcionários do
banco fossem trabalhar, e conseguindo o seu intento foi de um lado, humano,
para o seu Partido, e, de outro lado, monstro para o Município, pois, com o
fechamento do banco, a Prefeitura deixou de receber a quantia de 751 milhões de
cruzados novos de retorno do ICM, depositados pelo Tesouro do Estado. Esse
expressivo valor ficou parado no banco 48 horas, deixando de render nesse
período 15 milhões de cruzados novos para o Município. Esse prejuízo foi
resultado do conflito que vive o Prefeito, pois, nem bem passou a greve e o
Prefeito está às voltas novamente com a sua dupla face. Enquanto dirigente
sindical, o atual Prefeito incitava e liderava greves dos bancários por
salários dignos e reajustes compatíveis com as necessidades do cidadão
bancário.
Mas,
agora que o líder sindical é Prefeito, oferece aos municipários 20% de reajuste
salarial, quando a categoria reivindica 76%, que é provadamente legal, uma vez
que previsto no plano de carreira, desconhecendo as necessidades do cidadão
funcionário público municipal.
Aqui
prevalece, outra vez, a face do monstro que estava oculta quando o Prefeito era
um dirigente sindical e representava apenas uma categoria.
É
preciso que o Prefeito se assuma e mostre claramente à comunidade o que ele
realmente é. Recursos financeiros, o Município tem, pois, o que o Prefeito mais
criou foi imposto, sendo neste particular, o prefeito mais criativo dos últimos
tempos.
Beneficiado
pela nova Constituição, o Município criou o IVVC e o ITBI. Além disso, aumentou
o IPTU em 600% e a água em 56%, esquecendo das promessas de campanha eleitoral,
sem falar nas tarifas dos ônibus, cujo aumento foi autorizado, depois de tantas
estrepolias que renderam manchetes, diariamente, durante mais de 30 dias.
Esse
é o Governo da Frente Popular, um Governo sem identidade. Um Governo em que o
chefe lidera uma greve e ao mesmo tempo corre o risco de provocar outra, quando
não concede o reajuste que o funcionalismo municipal reivindica e merece.
E
esse é um alerta. A greve dos funcionários do Município pode ocorrer se o
Prefeito se mantiver intransigente.
E
se ela ocorrer o Prefeito viverá, sem dúvida, o maior de seus conflitos:
Será
patrão ou empregado?
Liderará
a greve ou a reprimirá?”
Essa
é uma pergunta que eu deixo no ar porque a cada dia vimos o Prefeito diferente
daquele que prometeu, prometeu sentar ao redor de uma mesa e discutir com a
classe trabalhadora, e o que vi até aqui é que quando vai conversas com os
trabalhadores já está com as cartas marcadas.
Portanto,
eu espero que o Prefeito olhe como olhou antes do dia 15 de novembro, quando,
no Governo Simon, o PT esteve sempre ao lado das greves do funcionalismo
público, pois eu espero que o Prefeito fique ao lado do funcionalismo público e
defenda um reajuste pelo menos digno, um reajuste que possa fazer frente à
inflação e a perda que trouxe o Plano Verão.
Essa
é a minha proposta e faço no espaço de Liderança do PMDB não uma oposição para
destruir, mas uma oposição construtiva para que possamos juntos fazer com que o
Prefeito possa cumprir o salário digno que prometeu em época de campanha. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, em Explicação Pessoal, o
Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
companheiro e prezado colega Ver. Vieira da Cunha, Líder do PDT, ex-Partido da
situação insiste, exatamente, nesta sua postura oposicionista, com suas
análises, se utilizando de índices e de dados. E se utilizando, até mesmo,
desta informação da imprensa onde, segundo o prezado Vereador, o PT manifestava
e manifesta hoje uma incoerência, se utiliza de dois pesos e duas medidas, na
época: oposição; hoje: situação.
Gostaria
de colocar e contraditar o raciocínio feito pelo prezado colega Vieira da Cunha
tentando demonstrar que os índices também demonstram o contrário, ou seja, que
é possível fazermos oposição, mas se fizermos oposição, também, utilizando dois
pesos e duas medidas, nos parece que vamos, também, ficar ou assumir uma lógica
não construtiva.
O
primeiro dado, o primeiro índice que levanto nesta discussão: a questão dos
salários. Nós tivemos na Administração Collares, de janeiro de 1986 a abril de
1988, um índice de aumento de preços de 1836%, neste mesmo período os reajustes
de salários concedidos pela Administração Collares foram de apenas 783,9%.
O
que quero dizer com isto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que nestes ou
naqueles 28 meses, a perda do poder de compra real do funcionalismo público
municipal foi de 54%.
Era
necessário, portanto, no mês de maio daquele ano, para recompor esta perda, um
reajuste de 119%.
E
saibam, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a Administração Collares concedeu
apenas um reajuste de 30%, portanto, impondo uma defasagem de 89% ao
funcionalismo e aos seus salários.
Então
veja, Ver. Vieira da Cunha, que nem sempre é linear o nosso raciocínio, quando
se utiliza, índices e dados. E mais verdadeira será essa afirmativa que tento
fazer, se nós insistimos em tentar analisar o presente e nos posicionarmos, inclusive
no sentido de não aceitar o presente como está, mas se nós não acertarmos
contas com o passado, e assumirmos também que não queremos o passado com era,
ou que negamos o passado como era. Um outro índice, prezado Vereador, em
dezembro de 1988, no finalzinho da Gestão Collares, foram gastos 45,7% da
receita para pagar algumas empreiteiras e fornecedores do Município de Porto
Alegre, isso equivaleu, na época, a 1,4 milhões de cruzados novos. Naquela
época, o Município deixou de pagar, para cumprir “religiosamente” esses
compromissos com as empreiteiras e fornecedores, 264 mil em obrigações
trabalhistas. E dá para citar, mais uma vez aqui, o famoso exemplo, que até
hoje não vi nenhuma contradita fundamentada por parte do ilustre Vereador da
Bancada do PDT, da famosa relação com a Construtora HD, que recebeu adiantada a
12ª etapa da construção do Ginásio Municipal sem tê-la concluído.
Nós
temos mais um dado, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, desta feita sobre as
tarifas dos transportes coletivos, nós tivemos a partir de fevereiro de 1987,
nos 15 meses subseqüentes a fevereiro de 1987, tivemos nove aumentos, ou seja,
a cada 15 dias nós tivemos aumento. Num total acumulado de 1900%. Nesse mesmo
período nós tivemos uma inflação de apenas 772%.
Para
concluir, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nos parece que é correto, e não
poderia ser diferente, os companheiros do PDT, na figura do ilustre Líder de
Bancada, assumir hoje uma postura contundente de oposição. Agora nos parece
que, se essa postura contundente de oposição não levar em conta a transição
política que está ocorrendo no Município de Porto Alegre, onde a Administração
Popular luta e impõe um conjunto de sacrifícios, no sentido de viabilizar novas
receitas, de assumir o desafio da crise dos transportes, de superar de uma
forma satisfatória a questão do funcionalismo, nos parece que é utilizar,
também, exatamente, dois pesos e duas medidas. Isto me parece não ser o método
mais correto para uma oposição que se pretenda construtiva e conseqüente
politicamente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança, com o Ver. Nelson Castan.
O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, devo
tratar rapidamente de dois assuntos. Inicialmente, a questão do funcionalismo
que ainda muita água deverá correr até uma definição final, e até que os
funcionários do Município tenham uma visão completa da realidade das finanças
municipais, sem recurso a qualquer subterfúgio, a qualquer sonegação de
informações que são muito importantes. Posteriormente, farei uma rápida
observação a respeito do transporte.
Nós
recebemos da Prefeitura Municipal um quadro de previsão de receita, assinado
pelo Prefeito Olívio Dutra, que acredito não seja definitivo. Acredito que o
Prefeito fará ainda as correções devidas para que os Vereadores e o próprio
funcionalismo tenham uma visão correta do que efetivamente ocorre na parte da
receita. De imediato, o que gostaríamos de registrar são algumas dúvidas que
pairam e que deixamos isto com a Bancada situacionista, para que então esta
tabela seja corrigida, incluídos elementos que faltam, para que se discuta em
cima da realidade. Eu acho que, por um dever mínimo de coerência, o Partido dos
Trabalhadores não pode sustentar uma informação como esta.
Eu
só gostaria de registrar que falta nas Receitas de Transferência um item muito
importante que se chama Imposto de Renda Retido na Fonte. Ele nem consta desta
tabela de Receitas encaminhada pelo Prefeito. Também as previsões do ISSQN para
março e abril estão flagrantemente subavaliadas a menor, e este tipo de
escamoteação não contribui nem para os Vereadores e muito menos com os
interessados, que são os funcionários municipais, que querem a reposição
salarial no máximo que a Prefeitura pode dar. Nós entendemos que podem ter restrições
de recursos, mas que os Vereadores têm que ser convencidos disso e informações
como estas aqui não contribuem para este esclarecimento.
Nós
entendemos que há uma subestimativa de aproximadamente um milhão e duzentos no
ISSQN de março, e um milhão e quinhentos mil cruzados para abril. Estes dados
são fornecidos por técnicos da Receita Municipal, pessoas que têm profundo
conhecimento de causa destes números e suas previsões, geralmente, são acuradas
e baseadas nos seus conhecimentos de anos de como evolui a Receita Municipal.
Por outro lado, também, o ICM está flagrantemente a menor, prevendo-se para
abril aproximadamente um milhão e oitocentos mil cruzados a mais do que está
aqui consignado nesta planilha.
Eu
faço um apelo aos Vereadores do PT para que estes números sejam modificados
para que tenhamos elementos confiáveis e para que o funcionalismo municipal
possa reivindicar aquilo que o Município tem condições de pagar. Nós entendemos
que estes 20%, proposto pelo Prefeito, é um escárnio, é uma desconsideração com
esta Casa e uma desconsideração maior ainda com os funcionários municipais.
A
respeito do transporte, quando vínhamos aqui para a Câmara de Vereadores, aqui
na Av. Loureiro da Silva, as duas paradas de ônibus estavam absolutamente
lotadas de usuários. Ali passam os ônibus da Empresa Trevo, que está sob
intervenção, e nunca, nesse horário, tinha mais de cinco ou sete pessoas na
parada, e havia por volta de quarenta pessoas. Parei o meu carro, desci para
conversar com eles, e me disseram que estavam esperando há mais de meia hora.
Então, pergunto para o Ver. Adroaldo, isto é um embate entre a população e os
empresários? Eu acho que não; é um embate entre a Administração Municipal - as
suas propostas administrativas e ideológicas que não estão sendo muito bem
conduzidas - e os empresários. O único prejudicado nisso tudo é o usuário, a
população de Porto Alegre.
Eu
acho que o caminho, para atingir os objetivos que a Administração se propõe,
que é uma fiscalização, uma eficiência, uma pressão permanente maior sobre os
empresários - e nós somos a favor - não é o melhor caminho, e a prova está aí.
Estamos há trinta dias de intervenção e Porto Alegre nunca teve um transporte
tão precário como está tendo neste último mês. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Omar Ferri, em
Comunicação de Liderança.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a
esta tribuna para fazer uma comunicação, em decorrência, também, do
pronunciamento do Ver. Wilson Santos, outrossim de notícias hoje veiculadas em
jornais desta Capital. Minha manifestação relaciona-se com o Fundo de
Aposentadoria dos Srs. Vereadores. Estou retornando para comunicar que na data
de ontem, este Vereador e o Ver. Lauro Hagemann impetraram, junto a uma das
Varas da Fazenda Pública Estadual, do Foro de Porto Alegre, um Mandado de
Segurança requerendo a exclusão de ambos, ou visando a não participação dos
impetrantes na Lei do Fundo de Garantia, que foi criada por esta Casa, em 1975.
Não é o momento, talvez, de repetir todos os argumentos já expostos pelos
vários Vereadores que se manifestaram contrários ao Fundo de Aposentadoria, mas
dois deles - eu acho - que merecem ênfase: primeiro porque, desde o dia 4 de
janeiro do corrente ano, pelo menos este Vereador havia pedido através das vias
administrativas que a Casa o excluísse do Fundo. Mas, até agora, não se
entendeu bem por que a Mesa, ao invés de deliberar sobre a matéria requerida,
despachando-a, resolveu remeter o expediente ao próprio Fundo de Aposentadoria,
que, se não me engano, funciona na Rua Siqueira Campos, nesta Capital. Eu
repiso, pelo fato de que entendo que, uma vez formulada uma pretensão através
de Requerimento, o órgão público chamado a decidir é obrigado a deferir ou indeferir
o que se requereu. Mesmo porque - e aqui nesta Casa existem eméritos
jurisconsultos, sendo que um deles está presente, o Ver. Vieira da Cunha - a
matéria é sumulada pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido de que é viável o
ajuizamento de mandados de segurança quando a autoridade chamada à decisão se
omite. Este é o primeiro dos aspectos.
O
segundo aspecto é que existe uma novidade a partir do evento da Nova
Constituição Brasileira, que num de seus incisos do art. 5º dispõe que o
cidadão não pode ser compelido a associar-se a nenhuma entidade.
Então,
parece que o meu Requerimento poderia ter sido deferido sem a necessidade do
ajuizamento do Mandado de Segurança. Mas eu queria acrescentar, que me louvo
também nas informações prestadas pelo Ver. Wilson Santos quando disse que este
Fundo estava funcionando ilegal e irregularmente. Por quê? Porque dois anos
após a sua instituição, houve uma Lei Federal que tem o nº 6.435, de 1977, e
que dispõe sobre entidades de previdência privada e dá outras providências, que
exige para o funcionamento deste tipo de entidades, autorização do Ministério
da Previdência Social. E esta autorização não houve e nem poderia haver, porque
quando o Congresso Nacional aprovou esta Lei só excepcionou um caso, evidente,
uma das maiores fontes de corrupção deste País é o Congresso Nacional, e,
excepcionou dizendo que o único Fundo de Aposentadoria que poderia funcionar
neste País era o Fundo de Aposentadoria dos congressistas, e mais nenhum outro.
Portanto,
este é o meu pronunciamento dando esta informação para que seja registrado, nos
Anais desta Casa, a posição do Vereador do PSB e também do Vereador do Partido
Comunista, Lauro Hagemann. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados
os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 11h45min.)
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